No romance Sobre os rios que vão, de Maria José de Queiroz, publicado em 1990, destacam-se vocábulos inerentes ao campo semântico da música como cravelha, harpejo, afinação, pianissimo. O texto, entretecendo referências literárias e bíblicas, narra a história de uma família de judeus búlgaros no Brasil, com seus dilemas e embates, num ambiente cultural repleto dos ditados populares sefarditas, os chamados refranes, e o maravilhoso mundo da música erudita e das oficinas de luteria. Em meio aos nomes das famílias de violinos, Amati, Guadagnini e o preciosíssimo Stradivarius, a família Leite, anteriormente Levi, busca na tradição cultural e na música o seu lugar no mundo, a compreensão de seu passado e o desvelo do presente, em meio a brasilidade. Neste artigo buscou-se observar no texto como a a musicalidade e a tradição cultural representada pelos ditados populares judaico-sefarditas dos refranes compõem a trama que envolve essa família de imigrantes em busca de sua brasilidade, sem deixar de lado sua herança cultural.
Menezes, F. A. R. de. (2020). Música e tradição cultural em Sobre os rios que vão, de Maria José de Queiroz. Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 14(26), 36–45. https://doi.org/10.35699/1982-3053.2020.2171
Fonte: https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/21713
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