domingo, 7 de abril de 2013

Dulce hebrea





"Dulce hebrea, desclava mi tránsito de arcilla;
desclava mi tensión nerviosa y mi dolor
Desclava, amada eterna, mi largo afán y los
dos clavos de mis alas y el clavo de mi amor!" (Cesar Vallejo)




A angústia que se depreende desses versos, de agudo erotismo agônico, poderá classificar-se como fruto de dicotomia existencial, de impossível erradicação, porque provém, segundo Erich Fromm, da própria condição humana. Condicionado à natureza, o homem, ao mesmo tempo em que se sujeita as suas leis físicas, sendo, portanto, incapaz de modificá-las, transcende todas as demais classes do reino animal.

QUEIROZ, Maria José de. Cesar Vallejo: ser e existência. Coimbra: Atlântida, 1971. p. 133.