domingo, 29 de dezembro de 2013

Na festa brasileira

Na festa brasileira por excelência, o Carnaval, em que há grande preocupação com guarda-roupa, adereços e respeito à verossimilhança, os índios são representados de forma caricatural. Além do desconhecimento de usos e costumes dos primitivos aborígenes, ignora-se, até, a cor da sua pele. Não é outra a verificação do professor John Monteiro, do Departamento de História da USP, autor do livro Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo (São Paulo: Companhia das Letras, 1994). "A história [matou] os índios", declara o professor norte-americano. E continua: "Estudar índio é tabu entre os historiadores. Em outras partes das Américas, a etno-história, ou história indígena, é escrita tanto por historiadores como antropólogos. Aqui tem sido assumida por antropólogos." 

QUEIROZ, Maria José de. Em nome da pobreza. Rio de Janeiro: Topbooks, 2006. p. 127.