domingo, 6 de março de 2016

A docilidade dos comandados

Ninguém desce impune do pedestal doméstico, pois a descida supõe perda de privilégios. A conservação do poder exige talento, força e obstinação. Mas isso não é tudo. O chefe depende da docilidade dos comandados. Num primeiro estágio. Com o passar do tempo ele deve contar com a adesão apaixonada. O poder exercido sem objeções e sem protestos, num vazio onde a voz do mando se prolonga em ressonâncias, torna-se intolerável." 

QUEIROZ, Maria José de. Invenção a duas vozes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 151.