(Cassiano Ricardo)
Paris: as duas margens do Sena sugerem rivalidades.
O Pont Neuf as elimina em mágica transcendência.
O mito passeia disponibilidade vaga
entre as duas margens:
éramos dois.
O tempo e seu ponteiros
mediram nosso verbo de dilatada ressonância.
De passadas primaveras, ecos apagados,
vestígios dispersos de caminhos percorridos,
dualmente.
Hoje, o sursis.
Amanhã, o inverno monologal.
Paris, outono, 1969.
QUEIROZ, Maria José de. Exercício de levitação. Coimbra: Atlântida Editora, 1971. p. 13.
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