domingo, 14 de agosto de 2016
Meu sonho era ser violinista
domingo, 24 de julho de 2016
Alforria
recuperar intimidades
escravizadas a alheio mando;
mobilar de eu e migo
as veredas da alma;
deixar de meter tu e tigo
em toda fiada ilusão.
Reencontrar-se
no ritmo recolhido
das carícias,
no grave olhar,
na acorde harmonia
de pessoa e máscara.
Reassumir nos ombros
o exercício dos braços.
Tudo volta ao antigo posto:
a liberdade corre às pernas
e instala-se no calcanhar.
Os pés demandam caminhos
na avidez de povoar de espaço
os rastos intervalares.
Paris, janeiro, 1970.
sábado, 16 de julho de 2016
Os passos prosseguem
Os passos prosseguem na busca ansiosa. Devem estar no nosso quarto de dormir. Perfumes, vestidos, ternos, sapatos, bolsas, alguma joia desgarrada (quase tudo está no banco), a televisão portátil, o relógio de cabeceira, os nossos relógios de pulso... Tudo inútil. Metade da vida perdida em amealhar, amealhar... O horror ao amigo do alheio. O verbo ter conjugado com ansiedade, temores, calafrio, no olvido dos verbos ser e estar. A propriedade é um roubo, sim. A nós mesmos. Transferimos às coisas a nossa residência: passamos a hóspedes interinos dos objetos. Por isso, ao perdê-los, nós os acompanhamos em degredo. Preciso convencer-me. À minha integridade basta-me, com sobejo, a identidade postiça — nome estado civil, nacionalidade. Tudo mais se sujeita à irregularidade do verbo ter e a todos os desastres da propriedade e da posse, jamais bem guardadas. O melhor, acredito, seja colecionar lembranças. Para que a memória as afeiçoe a seu grado, com direito a retoques e acréscimos, se necessário. Álbum de poucas páginas, sem fotografias e sem notas.
QUEIROZ, Maria José de. Invenção a duas vozes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 25.
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Recitação de inverno
Invenção de roteiro para jornada a dois pés:
recolher carícias à palma das mãos,
prendê-las entre os dez dedos.
Selar os lábios à lírica doçura do verbo,
engolir sílabas ternas, explosivas, fricativas,
renunciar, mesmo, às oclusivas.
Entronizar silêncio,
descobrir entre lábio
e lábio
o repouso horizontal
da inteligência muda.
Aprisionar o incendiado lume
que atravessa os olhos.
Clausurar emoções,
fingir indiferença,
alimentar monólogos.
Triunfalmente só,
reinventar
factícialmente
a alegria de ser
para "gozar a solas
del bien que debo al cielo
a solas,
sin testigo,
sin piedad,
sin amor
ni desconsuelo".
Paris, janeiro, 1970.
QUEIROZ, Maria José de. Recitação de inverno. In: ______. Exercício de levitação. Coimbra: Atlântida Editora, 1971. p. 14-15.
sábado, 18 de junho de 2016
Solilóquio
que me enseño el secreto de la filantropia."
(Antonio Machado, Retrato)
Encruzilhada de todos os caminhos,
termo obrigado de qualquer empenho,
princípio e fim de todo enredo,
eis-me aqui.
Na diária intensidade do eu,
pronome pessoal primeiro,
em exercício de humana declinação,
construo ilusões, fabrico desvarios.
De egoísmo em egoísmo
me demonstro.
Sob signo de Gêmeos
determino.
Entre dúvida e dilemas
procuro segurança
para vida errante,
varrida pelos ventos
de rosa efêmera,
a que faltou perfume
de constâcia, raiz firme,
permanência.
Belo Horizonte, primavera de 1970 (outubro).
QUEIROZ, Maria José de. Exercício de gravitação. Coimbra: Atlântida Editora, 1972. p. 94-95.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Rosa
Na cor cambiante,
que se faz, e perfaz
ao sol e à luz da manhã,
a impossível definição.No mesmo perfume, pertinente,
a resposta aos dons da terra,
fiel, constante.
Na forma plural,
de singular investidura,
o privilégio de ser, a um tempo,
universal e única.
Da raiz ao cálice,
da haste à pétala,
rosa.
A eternidade floresce
no jardim do homem.
Lisboa, 1971.
QUEIROZ, Maria José de. Exercício de fiandeira. Coimbra: Coimbra Editora, 1974. p. 43.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
quinta-feira, 21 de abril de 2016
2 de maio de 1789
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Fotografia: Juliana Wosgraus |
Perguntado se sabia a causa de sua prisão, respondeu que não.
No ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de mil setecentos e oitenta e nove, aos vinte e dois dias do mês de maio, na Fortaleza da Ilha das Cobras, diante do Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres, o Escrivão nomeado, Marcelino Pereira Cleto, fez constar de auto a sua resposta. (*)
___
(*) Cf. Autos da Devassa da Inconfidência Mineira. Rio de Janeiro, Ministério da Educação, Biblioteca Nacional, 1936, vol. IV, p. 29-30.
QUEIROZ, Maria José de. Como me contaram: fábulas historiais. Belo Horizonte: Imprensa/Publicações, 1973. p. 58-59.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Estreia, 11/04/2016, às 23h, na Rede Globo, novela "Liberdade, Liberdade", baseada no romance "Joaquina, filha do Tiradentes", de Maria José de Queiroz
Depoimento da autora do romance Joaquina, filha do Tiradentes, Maria José de Queiroz:
Clip da novela:
Teaser da novela:
Os bastidores da novela:
Dez motivos (MAIS UM) para você não perder a novela das 11h:
Mais um: a série dará uma mínima ideia do romance maravilhoso de Maria José de Queiroz!!!
Boa leitura!
domingo, 3 de abril de 2016
Tivemos uma boa ceia
Tivemos uma boa ceia: galinha cozida, toucinho, feijão e farinha de milho. A provisão de queijo, da fazenda de D. Rita, começou a ser servida. E o café, tão raro, como já sabíamos, foi bebido com o maior prazer. O telheiro, apesar de espaçoso, só nos defendia do vento, da chuva e das onças e lobos. Armaram-se redes e catres, acenderam-se fogueiras do lado de fora. A fumaça nos cegava a todos.
QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1987. p. 160.
domingo, 6 de março de 2016
A docilidade dos comandados
Ninguém desce impune do pedestal doméstico, pois a descida supõe perda
de privilégios. A conservação do poder exige talento, força e
obstinação. Mas isso não é tudo. O chefe depende da docilidade dos
comandados. Num primeiro estágio. Com o passar do tempo ele deve contar
com a adesão apaixonada. O poder exercido sem objeções e sem protestos,
num vazio onde a voz do mando se prolonga em ressonâncias, torna-se
intolerável."
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Mariana, 1752
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Alfinetes
Se não temos ouro... Que podemos oferecer à Soberana para os seus alfinetes? A cabeça do Alferes vale ouro. Muito ouro! Está cheia de ouro! As fundições do Reino vão fundir alfinetes de ouro para a Soberana. Para quê moedas? Com o ouro da cabeça do Alferes vão fundir alfinetes, infinitos alfinetes. Todos de ouro. A Soberana terá alfinetes para a sua cabeça, para as suas almofadas e para o seu coração. Sete alfinetes de outro atravessam o seu coração. Ou o meu... Nem sei mais. Quanta desigualdade!
QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. São Paulo: Marco Zero, 1987. p 155.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Olhos baixos
O Mal só vem daqueles que nada fazem por mal. É sempre assim. Enfim, nada mais sei para ensinar a você. Sua educação está terminada. E sua instrução já é de sobejo. Você pode levantar os olhos. Pode levantar a voz. Eu estou cansada. Muito cansada. Passei a vida com os olhos baixos. Conheço as pedras das calçadas de Vila Rica e de Antônio Dias. Conheci as tábuas e o chão da casa do Alferes, da casa da minha mãe na Rua da Ponte Seca, da fazenda do Senhor Anacleto e de todas essas casas por onde passamos. Isso me pesa. Só levanto os olhos quando a revolta arrebenta. Só levanto a voz quando me vem vontade de ferir e matar.
QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. São Paulo: Marco Zero, 1987. p 196.
sábado, 26 de dezembro de 2015
Os livros do Alferes
QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. São Paulo: Marco Zero, 1987. p. 191.
domingo, 20 de dezembro de 2015
Lisboa

Ponte alta sobre o Tejo
lembra a América de Alcatraz,
Califórnia do Pacífico,
Golden Gate, Sausalito.
Bem depressa nos desmentem
braços abertos, mãos em palmas:
o Cristo anuncia outra língua,
outra crença, outros ritos.
O Tejo deriva-se lento,
e a medo chega ao Restelo
onde se ouviu, faz tempo,
a voz grave de um velho.
Lisboa se aquece ao sol.
Seu casario colorido, seus tetos encarnados,
cruzes, igrejas, o forte, a Mouraria
refilam seu melhor fado:
tão menina, adolescente,
Lisboa ensina juventude
a Madrid, Paris e Roma.
Do Marquês aos Restauradores
a verdura se estende:
copia, em beleza,
mosaicos de inspiração romana.
Na curva do caminho, o Rossio.
Novos vencidos da vida,
hippies de todo o mundo,
pés descalços e sujos,
indiferentes ao espanto
e ingênua modéstia lusa,
sugerem crônicas, inspiram sociologia,
no desprezo de leis, normas e uso.
Há quem acredite no fado
e vá ouvi-lo na Alfama;
porém, Lisboa, a verdadeira,
(me disseram)
prefere cantares de amigo
e trauteia canções galegas.
No Campo Pequeno
o touro se agarra à unha.
A corrida espanhola,
de tradição sangrenta,
novas artes simula
e em "enforcado" se torna,
enhorabuena,
sem sacrifício cruento.
Em Lisboa sobre lo ler
deitam-se barcas ao mar.
Se voltam, nunca se sabe
("- Ai o meu rico homem!
o meu filho, que o não
torno a ver."),
mas quando voltam
há velas e Bendito
em todos os lares.
De Lisboa sobre lo mar
partem navios,
carregados de saudades.
Se voltam, nunca se sabe,
mas quando voltam
há que celebrar:
vinho verde, bom peixe, bom cozido
saúdam o filho pródigo
que fala francês, ou inglês,
com sotaque saloio, genuíno.
Lisboa ancorada à porta do continente:
no Atlântico, o eterno apelo à partida.
Lisboa, quase Europa...
Lisboa quase América...
Lisboa, ante-sala da África...
Lisboa, véspera da Índia...
Lisboa, esquina de Macau,
Lisboa, caminho da China.
Lisboa em si mesma resume
a contradição dos mundos
que se quiseram alheios
sem suas navegações,
que se quiseram distantes
sem seus astrolábios, mapas e varões.
Lisboa, verão de 1971.
QUEIROZ, Maria José de. Exercício de gravitação. Coimbra: Atlântida, 1972. p. 37-40.
sábado, 7 de novembro de 2015
Sobre o livro "A literatura e o gozo impuro da comida", 1994.
Ao publicar, em 1988, A
comida e a cozinha (Rio, Forense-Universitária), Maria José de Queiroz
declarava, nas palavras ao "Leitor...", que essa Iniciação à arte de comer não passava de anotações à margem de suas
leituras. Aguçando-nos o paladar para novas degustações, referia-se à
"pesquisa em curso". Isto é, à sua pesquisa sobre as relações entre a
comida e a literatura. Descobre-se agora que esse primeiro ensaio – modestamente
chamado de anotações, e que era, de fato, o "primeiro livro brasileiro de
gastrologia: de evolução da arte culinária associada à arte da
gastronomia" (Guilherme Figueiredo), nada mais insinuava que aperitivo,
convite para o grande banquete da civilização. Depois de iniciar-nos nas
transformações sociais e políticas operadas pelo gosto, mostrando a importância
da mesa e do convívio no comportamento dos grupos humanos, nas ideologias e no
devenir da sociedade, a ensaísta nos oferece, neste novo estudo, o resultado da
sua pesquisa.
Se A comida e a cozinha,
ou Iniciação à arte de comer era, na bibliografia brasileira,
"obra inaugural", que dizer de O
gozo impuro da comida? Obra inaugural, sem dúvida. Mas da bibliografia
literária. Tout court. Um ensaio magistral
sobre o sistema da comida nas suas relações com a palavra: a "manducação"
e suas ambiguidades, o apetite e o prazer (nas suas perturbadoras implicações
com a libido), a fome e a glutonaria, num constante ir e vir entre o pensamento
individual e o pensamento coletivo, traindo a aplicação do método de trabalho
de Georges Dumézil que a autora deve conhecer bem.
O único escritor a aventurar-se numa peregrinação
gastronômica, de cardápio mofino, pelo ventre dos filósofos, foi Michel Onfray.
Mas à sua Crítica da razão dietética
("Livro de bolso", Grasset, 1990. Trad. bras. Ed. Rocco) poderíamos
chamar, sim, anotações à margem da leitura dos filósofos. Que não se comparam,
de modo algum, à opulência do texto nem aos requintes de erudição deste ensaio
comparativo.
Num estudo de tamanha complexidade, com a minúcia e o aparato
bibliográfico que o tema estava a exigir, somos aliciados, a despeito da
erudição, para partilhar, de mesa em mesa, de um suntuoso festim de palavras.
Tem razão Guilherme Figueiredo: "Saber falar de comer não
é falar de comer enquanto se come". "É comunicar em silêncio um mundo
de todos os sentidos, vividos na memória e repostos no instante presente".
É o que faz Maria José de Queiroz.
De fácil leitura e, muito principalmente, curioso, incomum, o
seu livro estuda as infinitas variações da sensibilidade gastronômica. Mercê do
testemunho dos grandes autores, penetramos no ventre da humanidade. E
experimentamos, na sua companhia, todos os prazeres do palato e do olfato: com
as personagens de Homero, na Ilíada e
na Odisseia; com Sócrates e
Alcibíades, no Simpósio; na Roma de
Nero, com Petrônio. Instruídos nas extravagâncias da goela, somos apresentados
aos excessos do corpo grotesco nos livros de "alta gordura" de
Rabelais. Aí, a festa é permanente; a vida, uma digestão interminável. Bem
outro é o quadro com que nos deparamos na literatura picaresca, fustigada pela
miséria: é o vale-tudo da astúcia na luta pelo pão de cada dia.
Passado o tempo, a mesa se converte em objeto do desejo da
burguesia, índice de riqueza e de poder. A tal ponto que Fome, romance de Knut Hamsun, opõe à abastança ostensiva da
sociedade o drama de um pobre diabo, anônimo, cuja obsessão é a comida.
Embora intrusa no banquete da civilização, a cultura
brasileira também sucumbe à mesa de Aluísio Azevedo, de Raul Pompéia e, até
mesmo, quem diria?, à mesa do dispéptico Machado de Assis. Do canibalismo
futurista c modernista, passamos às grandes ilhas gastronômicas do Brasil: com
José Lins do Rego, Jorge Amado, Pedro Nava e Érico Veríssimo.
Após tão longo périplo, aprendemos que Guilherme Figueiredo,
Albert Cohen e Günter Grass tomaram a gastronomia para tema literário.
Encerra-se com eles o nosso passeio gastronômico. O ensaio de Maria José de
Queiroz é um todo único cuja síntese está no apetite. E quem saiba conjugar,
com talento, os dois apetites – o do ventre e o da inteligência, nele
encontrará, certamente, todas as finezas do paladar.
Isaac Cohen (da Quinzaine
Littéraire)
QUEIROZ, Maria José de. A literatura e o gozo impuro da comida. Rio de Janeiro: Topbooks, 1994.
Sobre o livro "A comida e a cozinha, ou Iniciação à arte de comer", 1988.
Qual a trajetória histórica da arte culinária no mundo ocidental? Em que sentidos básicos têm
evoluído as relações do homem com a comida e o papel social da cozinha – da
origem das receitas ao aparecimento do restaurante, e deste último ao self-service? Como se enraízam
historicamente os rituais gastronômico alimentares e a valorização da mesa
como objeto da burguesia?
Essas e outras questões constituem o centro de interesse deste
livro de Maria José de Queiroz. Dos requintes da cozinha do século XVIII à banalização
dos hábitos alimentares nestes tempos atuais em que a experiência e a qualidade de vida se esvaem de maneira alucinante,
da Teogonia de Hesíodo a O linguado de Günther Grass (senão a La grande bouffe de Marco Ferreri),
temos um rico itinerário que a Autora desdobra para nós, de modo a visualizar
a evolução da própria sensibilidade gastronômica.
O leitor poderá então lançar a pergunta: seria esta uma obra
de erudição, no rastro de um Jean-François Revel? Ou ainda: corresponderia ela
a um tratado de história da nutrição ou de fisiologia do paladar, associada à
gastrolatria identificável em tantos manuais de cozinha? Indagações desse tipo
não têm o menor cabimento se atentarmos para o texto de A comida e a cozinha. Texto que extrapola as classificações
redutoras e acolhe sabiamente, no trato daquelas questões, o ponto de vista multidisciplinar.
A despeito da singeleza (diríamos, da singeleza sensualista)
dos temas principais em exame, Maria José de Queiroz, conjugando o senso de
pesquisa histórica (tão evidente em A
literatura encarcerada) e o dom de desatar recordações – lembranças de
cheiros, cores e gostos (tão vivas em seu romance Joaquina, filha do Tiradentes) –, soube produzir uma verdadeira
reforma de compreensão dos prazeres da mesa enquanto objeto de investigação.
Conforme ela própria enfatiza, somente livres do preconceito que atribui à
ordem do gosto e do olfato condição inferior à das ordens da visão e da audição
é que estaremos aptos a participar do banquete da civilização. "Do mito
prometeico à simbologia do cru e do cozido até as artes da mesa, a natureza e a
cultura marcam encontro diante da comida, sob a tutela dos cinco
sentidos." A propósito, é possível concluir que a Autora não cede a um tema da moda (cada vez mais contemplado
pelas seções especiais da imprensa e pelas incríveis tiragens dos manuais de
cozinha); ela procede sim a uma
reavaliação positiva das percepções gustativa e olfativa, e de sua importância
no devir das sociedades ocidentais. Sem dúvida, tarefa admirável que deverá,
por si mesma, assegurar a este trabalho publicado pela Ed.
Forense-Universitária senão o agrado de um vasto público, pelo menos um lugar
de honra no festim do espírito.
Luiz Otávio Barreto Leite
QUEIROZ, Maria José de. A comida e a cozinha, ou Iniciação à arte de comer. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1988.
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