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Máquina de escrever de Maria José de Queiroz Royal, 1967 |
domingo, 13 de agosto de 2017
sexta-feira, 16 de junho de 2017
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Maria José de Queiroz entre as 150 mulheres que estão fazendo literatura hoje no Brasil
São Paulo Review é um espaço
colaborativo para críticas, bate-papo, notícias e novidades do mundo da
literatura no Brasil e no exterior, com foco na pluralidade de vozes e
na diversidade cultural.
Direção executiva: Viviane Ka e Alexandre Staut
Direção editorial: Ana Weiss e Alexandre Staut
Colaboradores: Madu Dunker, Sérgio Tavares, Angelo Mendes Corrêa, Itamar Santos, Ronaldo Cagiano, Eduardo Sabino, Ricardo Bellissimo, Ricardo Biazotto, Raimundo Neto, Paulo Vasconcelos e Paulo Ribeiro

sexta-feira, 14 de abril de 2017
Homenagem a Maria José de Queiroz na Academia Mineira de Letras, 18 de abril de 2017
A Academia Mineira de Letras realiza na terça-feira, dia 18, às 19h30,
sessão em homenagem à acadêmica Maria José de Queiroz, ocupante da
cadeira de numero quarenta. Vivendo atualmente em Paris, como professora
da Sorbonne, ela virá a Belo Horizonte especialmente para a solenidade.
O evento faz parte do programa Universidade Livre, realizado pela Lei
Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH,
por meio do incentivo fiscal de mais 4,5 mil médicos cooperados e
colaboradores. A AML integra o Circuito Liberdade.
Maria José de Queiroz nasceu em Belo Horizonte, em 1934. É doutora em Letras Neolatinas pela Universidade Federal de Minas Gerais e autora das obras “Joaquina, filha de Tiradentes” (recentemente adaptada para a televisão), “Como me contaram”, “Ano novo, vida nova”, “Homem de sete partidas”, entre outros romances e obras poéticas.
Aos 26 anos, se tornou a mais jovem catedrática do país e, por concurso, substituiu o professor Eduardo Frieiro na UFMG. Em 1953, começou a colaborar em jornais em Minas Gerais e hoje escreve para importantes periódicos, inclusive o francês Le Monde. Possui uma longa carreira como professora convidada em importantes universidades americanas e europeias: Indiana, Harvard, Berkeley, Sorbonne, Lille, Bordeaux, Ainx-en-Provence, Bonn, e Colônia. No evento, Maria José de Queiroz será saudada pela presidente da Academia Mineira de Letras, a acadêmica Elizabeth Rennó, pelo secretário de Estado da Cultura, acadêmico Ângelo Oswaldo de Araujo Santos, e apresentada por uma das mais importantes estudiosas de sua obra, a professora Lyslei Nascimento.
Lyslei Nascimento é professora de literatura na Faculdade de Letras
da UFMG. É mestre em Literatura Brasileira, doutora em Literatura
Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-doutora pela
Universidade de Buenos Aires e pela Universidade de São Paulo.
Atualmente é subcoordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos
Literários e Coordenadora do Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG.
Pesquisadora do CNPq e da Fapemig, publicou, entre outros títulos, Borges e outros rabinos, 2009, pela Editora da UFMG.
Em dissertação apresentada ao curso de Pós-graduação em Letras e intitulada “Exercício de fiandeira: Joaquina, filha de Tiradentes, de Maria José de Queiroz”,
Lyslei faz uma análise do mencionado romance de Maria José, que
abrange os fatos históricos do século XVIII e a construção da vida
ficcional da filha do herói da Inconfidência.
Ainda na sessão, será exibido trecho de documentário sobre Maria José de Queiroz.
SERVIÇO:
Sessão em homenagem à acadêmica Maria José de Queiroz
Data: 18 de abril
Horário: 19h30.
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 – Lourdes – BH/MG).
Entrada gratuita.
academiamineiradeletras.org.br
domingo, 19 de março de 2017
Humor do sofrimento
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Prometeu (1610-1611), Peter Paul Rubens |
Num ensaio recente, "Dostoievski, a escrita do sofrimento e do perdão", Julia Kristeva aprofunda o tema freudiano da impulsão à morte" e do "masoquismo primário", ausentes dos estudos de Freud sobre o autor de O Idiota. Em vez de transformar-se em impulsões eróticas, a "impulsão à morte" se resolve em Dostoievski, segundo Kristeva, num "humor do sofrimento". À borda da ruptura entre o Eu e o "outro", antes mesmo que a ruptura se verifique, manifesta-se o "sofrimento dostoievskiano". E a verdadeira volúpia que experimenta nada tem a ver, aos olhos da ensaísta, com a melancolia e a impulsão do abismo que ressuma das páginas de Gérard de Nerval.
Convenha-se: a exaltação desse sentimento, apontado apenas nos grandes místicos - para os quais a dor é meio eficaz para alcançar a "via unitiva"- leva à jubilação gozosa.
QUEIROZ, Maria José de. A literatura alucinada: do êxtase das drogas à vertigem da loucura. Rio de Janeiro: Atheneu Cultura, 1990. p. 87.
sexta-feira, 17 de março de 2017
Os 31 livros de Maria José de Queiroz
Fotografia dos 31 livros de Maria José de Queiroz, na palestra na Faculdade de Letras da UFMG.
O Brasil não conhece o Brasil.
quinta-feira, 16 de março de 2017
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Limites
Euclides, vivo, incomodava a todos. Tivera êxito nos negócios, gozava de excelente fama entre as mulheres... que mais queria? É isso que importa! Nadie o entendia. Ele inquietava e escandalizava. Suas ambições escapavam ao homem comum. À força de agitar-se, de agir, de angustiar-se, foi longe demais: alcançou o proibido. Sempre me repetia que o seu maior desejo era conhecer seus própios límites: queria saber até onde iria. Em tudo. Falta sempre alguma coisa ao homem que jamais experimentou essa vertigem, confessou-me certa vez. Nesse dia, ele chegara a um dos seus abismos: o da fúria homicida. Um dos seus empregados abusara de uma indiazinha. Euclides foi procurá-lo: ele tinha de reparar o crime. O empregado, cínico, replicou que apenas se antecipara ao pai, aos irmãos ou à indiada suja que, em obediência ao hábito, se encarregariam de fazê-la mulher. Ela, índia, devia-lhe um privilégio: ele, branco, dera-lhe a provar o gosto do sexto de uma raça superior. Euclides, fora de si, atirou-o ao chão. Ao vê-lo por terra, seu primeiro ímpeto foi matá-lo, à frio. Quase sucumbiu à tentação. Era o seu límite. Vencida a vertigem, pôs o revólver na cintura. A mão direita em garra, presa ao pescoço do homem, levantou-o para aplicar-lhe punição mais eficaz: com um pontapé vigoroso, privou-o, vitaliciamente, de iniciar nos mistérios do sexo índias e brancas, sem discriminação de raça.
QUEIROZ, Maria José de. Homem de sete partidas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999. p. 220.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
O canto do cisne
Não, o cisne não canta
ao aviso da morte.
Nenhuma voz anima
o seu último silêncio
na solidão das águas.
No bico secreto,
com timbre preciso,
o peixe ágil,
o lodo, o verme.
No momento inacessível
em que os juncos adormecem,
o seu pescoço se alonga
à procura de outra forma.
É o cisne o seu próprio canto
no risco definitivo
do corpo sem metáfora.
QUEIROZ, Maria José de. Resgate do real: amor e morte. Coimbra: Coimbra Editora, 1978. p. 68.
domingo, 22 de janeiro de 2017
Yehudá Abrabanel
Yehudá Abrabanel (nome que o próprio escritor trocaria por León Hebreo - leão, atributo da tribo de Judá; hebreo, pela sua religião) nasceu em Lisboa, entre 1460-65. Era filho do célebre Isaac Abrabanel, uma das maiores figuras do judaísmo. Foi com o pai que se iniciou na filosofia e na teologia. Foi médico de profissão e como a astrologia se confundia com os estudos de medicina, sua obra está marcada pelos estudos dos astros e sua influência na vida dos homens.
QUEIROZ, Maria José de. A América: a nossa e as outras. Rio de Janeiro: Agir, 1992. p. 106.
sábado, 14 de janeiro de 2017
Qual flor sem haste
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Vicente Huidobro |
QUEIROZ, Maria José de. A América sem nome. Rio de Janeiro: Agir, 1997. p. 141.
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Nunca houve, nem haverá, uma cidade como Berlim
Nunca houve, nem haverá, uma cidade como Berlim. Tive a impressão de que estávamos na véspera do fim do mundo. Abraham me repetiu um dia a frase de uma amiga sua: "Aqui, uma mulher custa um cigarro e um quilo de pão, um milhão de marcos". Mas não era só a mulher: o homem também valia pouco. O que custava caro era a comida. Num cartaz de cabaré, li e anotei esta frase formidável: "Berlim, teu parceiro de dança é a morte". E a morte veio com a guerra. Tudo o que aconteceu depois você já sabe. Faz parte da história: os conflitos entre nazistas e comunistas, os desfiles de rua e o fatídico 10 de maio, quando Goebbels e os estudantes lançaram ao fogo milhares de de livros. Quando a Alemanha foi invadida eu já estava no Brasil.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Folha dilacerada
Num quarto de hotel, sozinha, às dez da noite, a desenterrar suas mágoas. Rasgou a arenga larga. Em dois pedaços. Depois, em quatro. Logo, em oito. Quis, então, reler uma frase. Dispôs com atenção a folha dilacerada sobre a cama. Logrou, a pouco e pouco, recuperar todo o texto. O seu quebra-cabeça estava armado. Excelente distração para a noite que se anunciava longa e insone. Rearticulou períodos e parágrafos. Tudo bem encadeado. Para que as seis páginas se dispusessem, sem prejuízo para a leitura, em toda a sua extensão, transportou-as para a mesa, firme e plana. Miudamente, com prazer masoquista, dividiu em dois cada pedacinho de papel. E voltou a armar quatro, cinco, diversas vezes, as seis folhas. Página por página. Avesso e direito, alternadamente.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Dos insetos, das orquídeas, do mata-pau
Ele já se encontrava na Colômbia. Muito didaticamente me falava do engano das suas "invenções". Mas não diminuiu, aos meus olhos, a importância da paisagem desconhecida. Alargou-se, em considerações pitorescas, acerca das trepadeiras, das borboletas, dos insetos, das orquídeas, do mata-pau, das palmeiras e da vitória-régia. Tudo quanto de belo se encontrava pelo caminho parecia-lhe, confessava cioso da sua autoridade, compensar brilhantemente a ausência de meia dúzia de leões, girafas ou elefantes, animais que não tinham nem a metade do encanto das grandes famílias ululantes de macacos e micos, de papagaios, tucanos e garças, de jacarés, serpentes, sapos, tartarugas. Mostrei a mamãe, altaneiro, que o engano do tio fora até providencial: era muito melhor ter um peixe-boi, um pirarucu ou uma sucuri que ter duas centenas de hipopótamos.
QUEIROZ, Maria José de. Homem de sete partidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. p. 29.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Desde longe, na infância
Elle a dû faire toutes les guerres
Pour être si forte.
Je l’aime à mourir...
Desde longe na infância,
dois talheres à mesa,
minha mãe à cabeceira,
voz pausada repetia:
“Temos teto e comida!
Isso basta!”
É a vida.
É o luto.
E ... por que não?
Isso basta...
Entre pêsames e abraços,
teve fim o cunhadesco:
na voz impiedosa
do tio cruel,
descobri que era órfã.
Restaram três avós
— Alcina, Joana e Mariquinha,
mais vô Solídio e vô Juca,
uma tia e três outras,
uma prima e quatro primos.
Veloz nos patins
e esperto no ludo,
o menino grande,
tio materno,
me vencia em tudo.
Não reclame!
A vida é combate.
Aprenda a jogar!
Livros não faltam.
Que mais quer?
O resto é o resto.
Deus proverá.
A tempo e hora,
livros nunca faltaram:
mais grossos a cada semestre,
a cada ano, mais caros.
Sempre só e sem socorro,
sem amigos nem amigas,
tudo vendo, tudo ouvindo,
a meu pai pedi em lágrimas
me acompanhasse vida afora,
me ajudasse e libertasse.
Sobrevivi.
Sobrevivemos:
ambas.
À rotina dos meses,
sobressaltos não faltavam.
Nem doenças, nem lágrimas.
Deus é grande!, proverá.
Os meses, a galope,
com seu rol de surpresas,
e a música, sempre a música,
seu fascínio e sortilégio:
“Decifra-me ou devoro-te”.
Enfrentei fuga e contraponto,
devorou-me a harmonia...
As letras se vingaram,
fazendo-me prisioneira
de códices e incunábulos.
O suor do rosto,
o sal do pão e os livros:
o trabalho e os livros,
diplomas e livros...
Livros e provas,
provas e teses,
concursos e concursos,
sessenta e quatro aulas
metidas numa semana...
Como se a eternidade fosse isso,
das seis às onze,
apenas isso,
entre muitas luas
e quatro estações:
trabalho e trabalho ...
e livros, e livros...
Num 31 de março,
à meia-noite me avisaram:
“As tropas descem a Mantiqueira!
Oh, menina!, corre pra casa!"
E o tempo passou.
Voando...
Simples e claro:
seis dias úteis,
o salário e o pão,
missa aos domingos,
revisão de provas,
editores e gráficos,
livros e mais livros,
leitores ariscos,
edições minguadas.
O direito de ir e vir,
fechar portas e janelas,
fazer malas, muitas malas...
Partir.
Deus seja louvado!
O resto?
Pedra nos rins, costela quebrada,
artrose, osteoporose, catarata,
angina e enfarto...
Quem escapa de doença?
Qual nada!
Dá-se um jeito!
Só não há jeito
nem cura, para a morte.
Ou... olho furado!
Deus é pai...
Isso passa!
E passou.
Fomos vivendo:
o piano, o aperitivo sonoro,
dois talheres à mesa,
flores no jardim,
nêsperas anunciadas.
O Brasil é grande!
O horizonte, largo...
É hora de mudar!
Os livros não respondiam
à urgência da partida:
uma biblioteca inteira,
coleções de revistas,
tudo passa a outrem
ou a outros....
Tudo passa.
Que fazer?
A hora era aquela:
da noite para o dia,
papéis e papéis,
traças e tralha,
o coração aos pulos,
o piano suspenso no ar...
Paciência...
Deus proverá.
Ano novo, casa nova,
finestra sul mare.
Dois talheres à mesa...
E mais um e mais dois...
Novos amigos,
livros e livros,
Nava, Drummond, Afonso e Alfonsus,
Mário, Cyro e Murilo ...
Torre de papel ao sabor das palavras:
Plínio em prosa e verso — o Sabadoyle
Os anos passando
o tempo encurtando,
a Indesejada à porta.
O alarme.
Mas... Deus é Deus!
Vencemos o Cabo!
A Indesejada não desiste:
apenas adia o golpe fatal.
Assepsia completa.
Um talher à mesa,
sussurros pela casa:
contam-se gotas e segundos.
A vida escassa,
se mede, se apalpa
e deixa-se auscultar
no tronco descarnado:
pele e ossos. Mais ossos que pele,
o olhar fixo, a boca selada.
Já não vivo em mim.
O ano passa...
Quando o sopro se retrai.
o pulso se arrasta,
a vida bate em retirada:
soberba e triunfante,
a Indesejada, de alcateia,
me arranca,
entre dois suspiros,
metade da alma.
Perdi meu rumo e meu caminho,
minha literatura e minha música,
meu alfabeto e minha pauta,
todas as árias, todos os enredos,
os lieder de
Schubert...
todas as canções de Duparc...
Todo es polvo, es sombra, es nada.
Paris, outubro 2009.
QUEIROZ, Maria José de. Desde longe. Rio de Janeiro: Gramma, 2016. p. 22-28.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Acaiaca, 1938
Muro alto, saias longas, portas fechadas. Golas e punhos bem cerrados, janelas trancadas. Nenhum retrato nenhuma identidade. Nada que a obrigasse a sair, a enfeitar-se. Em casa se reza. Em casa se salva. Um, dois, três, oito filhos multiplicados por nove meses de espera fazem seis anos de reclusão entre sala, cozinha e quartos. Mas a morte veio, calada, esconder-se nas tripas de Artur de Lima Gonçalves. O muro caiu, abriram-se as portas, perdeu-se o cadeado. Bisturis, soro, sangue, emplastos: o câncer roía-lhe a carne, as entranhas se lhe convertiam em água. A mão que lhe assinou o óbito deu nome à família, vestiu de noiva a viúva, resgatou-lhe os filhos da orfandade. A casa aberta a todos os ventos, viveram felizes em Acaiaca.
QUEIROZ, Maria José de. Como me contaram... fábulas historiais. Belo Horizonte: Imprensa/Publicações, 1973. p. 164-165.
domingo, 6 de novembro de 2016
Que o novelo se desenrede...
Que
o novelo se desenrede. Sem concessões. Que a minha ficção, em vez de anular-me,
me ofereça a possibilidade de encontrar-me. Mais: de melhor conhecer-me e de
analisar-me. Uma espécie de ficção indefinida, entre dois planos, um real,
vivido, e o outro imaginado. [...] Invenção e vida. Unidas pelo fio sutil da
simpatia. É a história que está a programar o vivido. Não tenho, por isso, a
impressão de que o enredo se resolva no epílogo. Como se o tempo, circular,
tudo recuperasse sob o signo das letras. Talvez, no momento da revisão do texto,
ao chamar Clara, e não mais Patrícia à personagem, eliminando, sempre, a
primeira pessoa do singular, eu possa dar à história selo definitivo, estável.
Não sei. O que sinto, por enquanto, é que tudo isso não passa de uma
restituição. Restituição do fictício à ficção. Se lograr realizá-la, convencendo-me da sua realidade, poderei desaparecer. Ficarei
livre de Patrícia nomeando-a Clara.
QUEIROZ,
Maria José de. Ano novo, vida nova. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1978. p. 62-63.
sábado, 22 de outubro de 2016
Os bárbaros de hoje
Numa posição privilegiada, a dois passos da ponta extrema da Europa, a península ibérica representaria papel preponderante na hegemonia política do mundo. Imantada pelo fascismo ou pelo comunismo, arrastaria, fatalmente, o país vizinho, Portugal, o que bastaria para perturbar o equilíbrio de força e poder entre as "grandes nações". Foi o que aconteceu. Decididas a dirigir o curso da história no século XX, dividiram entre si o império do mundo. Feita a partilha, cada qual para o seu lado, o fim do século assiste, tal como ocorreu a Roma, à desintegração, às invasões bárbaras, ao derramamento de sangue... Não há mesmo nada de novo sob o sol... Os bárbaros de hoje são os turcos, os africanos, os albaneses...
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