Rayuela (1963), de Julio Cortázar, obra-prima da "nova" literatura hispano-americana (que hoje se deu de chamar "latino-americana"), também foca a vida num manicômio. O interesse da intriga concentra-se em algumas personagens cuja permanência numa clínica para doentes mentais pouco tem a ver com a demência. Horacio Oliveira, um dos protagonistas, pode vislumbrar, da janela do seu quarto, os riscos do jogo da amarelinha no pátio do hospital. Uma noite, assiste dali do seu posto à tentativa malograda de Talita, de fazer passar a pedra do jogo ao número 8. Ela falha, e é nesse instante que ele descobre tê-la confundido com Maga, sua amante. Jogo do amor? Jogo da amarelinha? Iluminação súbita?
QUEIROZ, Maria José de. A literatura alucinada: do êxtase das drogas à vertigem da loucura. Rio de Janeiro: Atheneu Cultura, 1990, 139-140.
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